lady´s blog

quarta-feira, 2 de junho de 2010

 http://planetasustentavel.abril.com.br/manual/

sustentabilidade.

 Ecologia deixou de ser um assunto restrito a


entusiastas e cientistas. O tema muitas vezes

visto como árduo, no passado, agora ocupa as

manchetes de jornais e, até, as colunas sociais.

O que era chato ficou chique. Empresas,

mídia, governos, bancos, astros de Hollywood

e do Brasil passaram a discutir – com urgência –

como fazer para salvar o homem do aquecimento

global e melhorar a qualidade de vida na Terra.

A noção de sustentabilidade – desenvolvimento que

não compromete o futuro – começa a ganhar as ruas.

O movimento Planeta Sustentável

faz parte dessa corrente que pretende amenizar

nosso impacto sobre o ambiente e tornar

a convivência social cada vez mais civilizada.

Este manual quer provar como é possível

promover pequenos gestos que conduzirão

a grandes mudanças se forem adotados por

todos nós. Um bom começo é praticar os

“três erres”: reduzir, reutilizar e reciclar.

As dicas e informações que você vai ler aqui

podem ser aplicadas no dia-a-dia agora mesmo,

em sua própria casa, no trabalho, circulando

pelas ruas e em sua vida pessoal.

A luta pela sustentabilidade será vencida em

diversas frentes – que vão da tecnologia à política.

Mas em todas elas será preciso promover a mudança

de hábitos pessoais. Este manual ensina como começar a modificar os seus. É preciso fazer algo. E devemos fazer já.

interessante!!

Grife de sabonete dá a fórmula para proteger palmeirasCosméticos preservam biodiversidade




Mo Constantine conseguiu um exraordinário sucesso com seus sabonetes da marca Lush, presentes em todo shopping que se preze. Seus ingredientes exalam odores agradáveis a um quilômetro de distância. Ela e seu marido Mark vem trabalhando para "desintoxicar" a hora do banho desde os anos 1970, quando vendiam produtos para uma nascente Body Shop. Sempre foram contra testes com animais e promoveram ingredientes orgânicos, tudo a partir de sua sede em Dorset, interior da Inglaterra.



Mas o óleo de palmeira mostrou-se um obstáculo sério. A indústria de cosméticos usa quase 7% de todo o fornecimento de óleo de palmeira e está profundamente implicada na destruição da biodiversidade da floresta tropical em todo o Sudeste da Ásia. Para Mo Constantine, a solução era óbvia: criar uma alternativa: "Levou um ano para conseguirmos, porque era bem complicado", ela explica. A nova base que ela inventou combina óleo de girassol, óleo de semente de colza e óleo de coco com hidróxido de sóldio e água, fervidos juntos para acelerar o processo de saponificação. Ela acrescenta sal para separar o sabonete da mistura.



A mistura hoje é a base para toda a linha de sabonees, permitindo que a Lush reduza seu consumo anual de óleo de palmeira em 250 toneladas. Mo apela a outras empresas para seguir seu exemplo: "Nós vamos manter conosco a fórmula da base." Seu sonho é que toda a indústria lave suas mãos. Sem óleo de palmeira, conta o Guardian. ver este postcomente

Divina India!!!

Divina Índia




Aqui, religiosidade, beleza e fantasia se misturam como em poucos pontos do planeta e atraem os olhares do mundo.



Direção de arte • Camilla Sola

Edição • Raphaela Campos de Mello

Texto • Maria Carolina Balro

Parece que o mundo todo resolveu olhar para o mesmo ponto do planeta: a Índia. Ela está no cinema, na televisão, na moda, nas páginas de revista, na decoração, enfim, em praticamente todo lugar. Uma das coisas que mais chamam a atenção nesse belo mosaico de cores, sabores, cheiros e texturas é a integração absoluta do seu povo com o sagrado. “Essa cultura traz o divino para o cotidiano. Deus não é outra coisa senão nós mesmos e tudo o que se manifesta na vida”, diz Carlos Barbosa, de São Paulo, estudioso do sânscrito, língua milenar presente nos livros sagrados. Por outro lado, ele enfatiza a pluralidade existente no seio da religião hindu. “Nós, ocidentais, pensamos que o hinduísmo é um conjunto harmonioso de conhecimentos e tentamos integrar todas as suas vertentes numa só. Mas na Índia existem várias correntes que se sobrepõem e, muitas vezes, conflitam entre si. Não existe uma coisa só”, completa. Ou seja, para os antigos povos da Índia, assim como para os indianos atuais, os deuses fazem parte do dia a dia e podem até, acredite, ser convidados a sentar junto à mesa. Dessa forma, o sagrado não fica lá em cima, no céu, ou em um lugar que se pode atingir somente depois da morte.



Esse princípio faz parte da religião védica, conhecida como hinduísmo. Para a maioria dos indianos, tudo o que existe nos 18 milhões de Universos (uma maneira de dizer que eles são incalculáveis) é uma única e interdependente manifestação de Deus. Montanhas e rios, flores e animais, seres celestiais e humanos não passam de formas variadas em que Ele se manifesta – neste mundo e em inumeráveis outros, visíveis e invisíveis a nossos olhos. “É maia, a ilusão, que faz acreditar que as coisas são separadas e têm uma existência independente”, explica Barbosa.



Esse delicado contato com o divino é apenas um pequeno pedaço desse imenso país de contrastes que encanta pela riqueza de elementos que formam uma das culturas mais ricas do mundo. Conheça nas próximas páginas os mais significativos.
log da lady dell

revoluçao do bem

 atitude Carol Carneiro




reflexão

Revolução do bem

Algo novo surge nas metrópoles em resposta aos problemas que conhecemos tão de perto. Basta percebermos as manifestações urbanas que roubam nossa atenção e nos fazem refletir

Raphaela de Campos Mello e Vivian Goldmann

Revista Bons Fluidos – 01/06/2010



Viver nas grandes cidades é uma prova de resistência física e emocional. Uma maratona que encaramos diariamente, sentindo no corpo e na alma as marcas do combate: estresse, cansaço, irritação, insensibilidade, intolerância e por aí vai. Porém, como toda ação desencadeia uma reação, alguns inconformados estão, felizmente, tentando neutralizar a hostilidade que corre solta pelas ruas das metrópoles. No mundo todo, pipocam intervenções inspiradas nas artes plásticas e cênicas imbuídas do mesmo espírito: deixar a urbe e as pessoas que nela vivem mais amigáveis, saudáveis e conscientes.



"A cidade não é um espaço estabelecido por vontades políticas impostas de cima para baixo, e sim um espaço em permanente construção, passível de participação e carente de inclusão", afirma Gustavo Godoy, integrante do coletivo Bijari, centro de criação de artes visuais, multimídia e arquitetura, de São Paulo. O grupo, composto por seis membros, não consegue ficar indiferente aos problemas que oprimem a capital paulista, como a desigualdade social, a poluição e o individualismo. Desse incômodo, nascem as propostas da trupe. "Tentamos criar uma reflexão poética, seja em escritos, desenhos, pinturas, vídeos, design ou até mesmo em uma boa conversa com os que passam por perto", esclarece Gustavo. Trocando em miúdos, esses artistas querem despertar o olhar e a mente, automatizados pela rotina, estimulando a população a repensar a realidade, com seus dilemas e possibilidades.



Objetivos semelhantes impulsionam os flash mobs, manifestações previamente combinadas pela internet que chegam a reunir centenas de pessoas em um local público. "As primeiras iniciativas surgiram com a popularização da rede mundial de computadores, tendo como referência os happenings [performances improvisadas], mas com um número maior de participantes", explica Caio Trigoli Komatsu, criador do portal Mobrasilnews.com, que reúne grupos do gênero. "Queremos transmitir a seguinte mensagem: não seja mais um dentro da multidão. Viva!", destaca ele.



Além de levantar bandeiras sociais, comportamentais e ambientais, os flash mobs promovem o encontro de desconhecidos, celebram a união de forças em nome de uma causa comum. Um esforço nobre e necessário em tempos de isolamento e fuga do espaço público, ameaçado pela violência. "O movimento ainda é desconhecido para a grande maioria das pessoas. No entanto, tem conquistado adeptos por mostrar que podemos fazer algo maior e provar que as redes sociais não isolam as pessoas", avalia Caio.



Conheça, a seguir, três ações interessadas em fazer das cidades um lugar mais acolhedor e fraterno:



[img1]A GENTILEZA DÁ AS CARAS

Para nós, brasileiros, o cafezinho simboliza muitas coisas. Confraternização, pausa, conforto emocional, boa conversa. Em São Paulo, Beth Guido, dona de um café situado num prédio comercial, na Vila Madalena, resolveu adicionar a essa lista um novo significado: cortesia anônima. Assim surgiu, há três anos, o café do próximo, uma simpática corrente onde quem consome um cafezinho pode deixar outro pago para o cliente seguinte.



Na verdade, Beth acatou a inspirada sugestão do administrador do condomínio, o psicólogo Marcos Fleury, que, por sua vez, conheceu esse sistema na livraria Argumento, no bairro carioca do Leblon. "Os gestos de dar e receber pertencem ao inconsciente coletivo", defende Marcos. Segundo ele, a iniciativa remonta a uma tradição milenar praticada pelos beduínos do deserto. "Peregrinos de toda a parte encontravam em suas paradas mantimentos deixados pelos prévios viajantes. Uma demonstração de respeito e solidariedade para que pudessem continuar sua jornada", descreve ele. O desfecho da história explica por que ela perdura até hoje, em versões contemporâneas. "Aqueles amparados pelo gesto também se reconheceram como próximos e, por isso, seguiram adiante repetindo o mesmo cuidado", acrescenta.



"Pagar um café para alguém é uma demonstração simbólica de afeto", define Beth. Nas entrelinhas da iniciativa, desponta o exercício de se colocar no lugar do outro. Um dia você paga, no seguinte, se estiver sem trocado ou tiver esquecido a carteira em casa, recebe o mimo. "O próximo poderá ser você mesmo, ninguém sabe", alerta o lembrete fixado na parede do estabelecimento. Por meio dessa gentileza às escuras, os adeptos também se aproximam de seus pares, mesmo que não conheçam seu rosto. "Podemos ajudar alguém sem mesmo precisar saber quem ele é", enfatiza Beth. "Todos nós precisamos uns dos outros", arremata Marcos.



Quem chega se surpreende com a proposta. Já os frequentadores - profissionais e clientes que circulam regularmente pelo edifício - estão familiarizados com a lousa, onde ficam anotados os cafés ofertados gratuitamente. "Certa vez, um senhor, comovido com a ideia, deixou dez bebidas pagas", lembra Beth, com entusiasmo. "Tomara que mil estabelecimentos adotem essa fórmula em São Paulo, de forma que um próximo sempre possa se abastecer com um cafezinho", deseja Marcos. Até agora, bom sinal. De tão gasta, a lousa do local já foi trocada mais de uma vez.



[img2]CULTURA EM BOAS MÃOS

"Livros não são objetos de decoração. Eles devem percorrer seu caminho", declara Felipe Meyer, idealizador do projeto Livro Livre, junto com Pedro Markun. Por isso, não se espante se um dia desses encontrar num banco de praça ou ponto de ônibus um livro que pareça ter sido esquecido por alguém. Na verdade, ele foi deixado ali propositadamente para que você o encontre e o leve para casa, desde que se comprometa a passá-lo adiante após a leitura. Para participar da iniciativa, basta seguir três passos. O primeiro é ler uma boa trama. Encerrado o deleite, é preciso colar dentro do exemplar a etiqueta encontrada no site do projeto. Esse registro contém um código para que a obra possa ser rastreada e para que os leitores possam deixar suas impressões. Por fim, a tarefa é "libertar" a edição, "esquecendo-a", como quem não quer nada, em um local público e bem movimentado, onde possa ser rapidamente encontrada por um novo leitor.



O conceito é inspirado no projeto Bookcrossing, criado em 2001, nos Estados Unidos, e que já conta com mais de 600 mil participantes em cerca de 130 países. No Brasil, onde o hábito da leitura é freado por entraves econômicos e sociais, a iniciativa vem formar novos leitores, além de ampliar a vida útil dos exemplares. Uma corrente literária, mas, acima de tudo, solidária. Afinal, os amantes das letras conhecem o bem que um livro pode fazer por um indivíduo. "Defendemos a ideia de que a internet é uma rede de pessoas com o poder de mobilizar comunidades, causando transformações globais. Em nosso caso, está em jogo a democratização da leitura", enfatiza Felipe.



Desde o início do projeto, em 2008, o Livro Livre já contabilizou a libertação de 4 900 publicações e deve ter atingido em torno de 12 mil pessoas, pois se considera que cada título passe por pelo menos três mãos. "Para nós, é gratificante a surpresa que os contemplados sentem ao ganhar um livro, lembrando que está fazendo parte de uma corrente e que sua única obrigação é passá-lo adiante", comenta o idealizador.



Outra investida paralela é a das Blitz Literárias, ações em que uma equipe de voluntários distribui exemplares à comunidade. Num evento desses, Felipe presenciou uma cena inesquecível. "Entreguei um livro para um rapaz dentro de uma favela em São Paulo. Depois de um tempo, vi que ele estava lendo a história para o filho de poucos meses, que obviamente não estava entendendo nada. A felicidade daquele pai me emocionou."



CONTAMINAÇÃO SILENCIOSA

Se você tivesse de escolher um lugar para meditar, certamente a avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, seria o último endereço a ser cogitado. Não no caso dos Influenzadores. O coletivo criado em 2009 e comandado pelos paulistas Alexandre Paulain, Sarah Elisa Viana e Júlia Jalbut, artistas ligados às artes cênicas e visuais e à música, fez o caminho inverso: optou justamente pelo canteiro central da movimentada via, em plena hora do rush, para realizar uma meditação em massa. Batizada de Iluminação Urbana, a intervenção contou com 100 participantes vestidos com trajes sociais - tal qual o público que trabalha nos arredores. "Entendemos a performance como um ato de guerrilha, mas sem armas. O que nos interessa é sequestrar por instantes o olhar do transeunte e fazer desmoronar o previsível fluxo urbano", justifica Alexandre. Uma vez atraídas pela inusitada cena, as pessoas são incitadas a parar por alguns minutos, segundos até, e lidar com algo diferente do habitual. "A presença humana é imprescindí

vel para provocar a estranheza que nos liberta da rotina já tão desbotada", defende.



A grande sacada do grupo foi chamar a atenção das pessoas, oprimidas pelo barulho do entorno, valendo-se do silêncio. "Ao invés de gritarmos, ficamos quietos, ao invés de lutarmos por uma revolução externa, buscamos uma revolução interna, a tranquilidade em meio ao caos", relata. "Mostramos que qualquer um poder fazer aquilo", acrescenta.



As reações, contudo, foram as mais diversas. Surpresa, incômodo, apoio. "Alguns pensaram que estávamos ali pela paz, outros, contra o estresse. Teve até quem nos considerou um bando de desocupados. O fato é que a imagem de pessoas comuns meditando não no Tibete, mas em plena Paulista, chocou muita gente", avalia o artista. Apesar do estranhamento, houve até quem se empolgasse a ponto de se juntar à trupe, cruzando as pernas em posição de lótus e se entregando à meditação. Já aqueles que participaram da investida puderam vivenciar, no mínimo, minutos desafiadores. "Imagine que a Paulista represente o turbilhão de pensamentos. Estávamos literalmente no meio desse turbilhão", descreve.



O auge da intervenção sensibilizou todos, participantes e pedestres. "Havia um grupo de crianças de rua que ameaçavam nos roubar, nos insultavam. Mas, depois de alguns minutos sem receber nenhuma reação, passaram a meditar conosco", recorda Alexandre, satisfeito. Não é à toa que o nome do coletivo parodia o do vírus Influenza A (H1N1). No sentido inverso ao da contaminação virótica, querem se infiltrar positivamente no cotidiano das pessoas, "contagiando o mundo com ideias de liberdade, alegria e amor".



OUSADIA PELO MUNDO

Vale tudo quando a motivação é semear o debate. Em Nova York, o artista plástico Adrian Kondratowicz criou uma proposta ecológica e artística. Em seu site, ele disponibiliza sacos de lixo coloridos e biodegradáveis. O objetivo é que essas embalagens evidenciem o volume de detritos produzidos nas grandes cidades. Outro movimento norte-americano vem conquistando terreno ao redor do mundo. Chamada de Yarn Bombing, espécie de grafite de lã, a iniciativa se ocupa da tarefa de revestir propriedades públicas com tricô. Na Bélgica, quem roubou a atenção foi a designer Liesbeth Bussche. Ela produziu esculturas gigantes de joias e as espalhou pelas ruas de Tielrode. Uma maneira contundente de valorizar o espaço que diariamente compartilhamos com nossos concidadãos e nos lembrar da importância de fazermos o mesmo.





reflexão

Revolução do bem

Algo novo surge nas metrópoles em resposta aos problemas que conhecemos tão de perto. Basta percebermos as manifestações urbanas que roubam nossa atenção e nos fazem refletir

- A A +Raphaela de Campos Mello e Vivian Goldmann

Revista Bons Fluidos – 01/06/2010

Viver nas grandes cidades é uma prova de resistência física e emocional. Uma maratona que encaramos diariamente, sentindo no corpo e na alma as marcas do combate: estresse, cansaço, irritação, insensibilidade, intolerância e por aí vai. Porém, como toda ação desencadeia uma reação, alguns inconformados estão, felizmente, tentando neutralizar a hostilidade que corre solta pelas ruas das metrópoles. No mundo todo, pipocam intervenções inspiradas nas artes plásticas e cênicas imbuídas do mesmo espírito: deixar a urbe e as pessoas que nela vivem mais amigáveis, saudáveis e conscientes.



"A cidade não é um espaço estabelecido por vontades políticas impostas de cima para baixo, e sim um espaço em permanente construção, passível de participação e carente de inclusão", afirma Gustavo Godoy, integrante do coletivo Bijari, centro de criação de artes visuais, multimídia e arquitetura, de São Paulo. O grupo, composto por seis membros, não consegue ficar indiferente aos problemas que oprimem a capital paulista, como a desigualdade social, a poluição e o individualismo. Desse incômodo, nascem as propostas da trupe. "Tentamos criar uma reflexão poética, seja em escritos, desenhos, pinturas, vídeos, design ou até mesmo em uma boa conversa com os que passam por perto", esclarece Gustavo. Trocando em miúdos, esses artistas querem despertar o olhar e a mente, automatizados pela rotina, estimulando a população a repensar a realidade, com seus dilemas e possibilidades.



Objetivos semelhantes impulsionam os flash mobs, manifestações previamente combinadas pela internet que chegam a reunir centenas de pessoas em um local público. "As primeiras iniciativas surgiram com a popularização da rede mundial de computadores, tendo como referência os happenings [performances improvisadas], mas com um número maior de participantes", explica Caio Trigoli Komatsu, criador do portal Mobrasilnews.com, que reúne grupos do gênero. "Queremos transmitir a seguinte mensagem: não seja mais um dentro da multidão. Viva!", destaca ele.



Além de levantar bandeiras sociais, comportamentais e ambientais, os flash mobs promovem o encontro de desconhecidos, celebram a união de forças em nome de uma causa comum. Um esforço nobre e necessário em tempos de isolamento e fuga do espaço público, ameaçado pela violência. "O movimento ainda é desconhecido para a grande maioria das pessoas. No entanto, tem conquistado adeptos por mostrar que podemos fazer algo maior e provar que as redes sociais não isolam as pessoas", avalia Caio.



Conheça, a seguir, três ações interessadas em fazer das cidades um lugar mais acolhedor e fraterno:



[img1]A GENTILEZA DÁ AS CARAS

Para nós, brasileiros, o cafezinho simboliza muitas coisas. Confraternização, pausa, conforto emocional, boa conversa. Em São Paulo, Beth Guido, dona de um café situado num prédio comercial, na Vila Madalena, resolveu adicionar a essa lista um novo significado: cortesia anônima. Assim surgiu, há três anos, o café do próximo, uma simpática corrente onde quem consome um cafezinho pode deixar outro pago para o cliente seguinte.



Na verdade, Beth acatou a inspirada sugestão do administrador do condomínio, o psicólogo Marcos Fleury, que, por sua vez, conheceu esse sistema na livraria Argumento, no bairro carioca do Leblon. "Os gestos de dar e receber pertencem ao inconsciente coletivo", defende Marcos. Segundo ele, a iniciativa remonta a uma tradição milenar praticada pelos beduínos do deserto. "Peregrinos de toda a parte encontravam em suas paradas mantimentos deixados pelos prévios viajantes. Uma demonstração de respeito e solidariedade para que pudessem continuar sua jornada", descreve ele. O desfecho da história explica por que ela perdura até hoje, em versões contemporâneas. "Aqueles amparados pelo gesto também se reconheceram como próximos e, por isso, seguiram adiante repetindo o mesmo cuidado", acrescenta.



"Pagar um café para alguém é uma demonstração simbólica de afeto", define Beth. Nas entrelinhas da iniciativa, desponta o exercício de se colocar no lugar do outro. Um dia você paga, no seguinte, se estiver sem trocado ou tiver esquecido a carteira em casa, recebe o mimo. "O próximo poderá ser você mesmo, ninguém sabe", alerta o lembrete fixado na parede do estabelecimento. Por meio dessa gentileza às escuras, os adeptos também se aproximam de seus pares, mesmo que não conheçam seu rosto. "Podemos ajudar alguém sem mesmo precisar saber quem ele é", enfatiza Beth. "Todos nós precisamos uns dos outros", arremata Marcos.



Quem chega se surpreende com a proposta. Já os frequentadores - profissionais e clientes que circulam regularmente pelo edifício - estão familiarizados com a lousa, onde ficam anotados os cafés ofertados gratuitamente. "Certa vez, um senhor, comovido com a ideia, deixou dez bebidas pagas", lembra Beth, com entusiasmo. "Tomara que mil estabelecimentos adotem essa fórmula em São Paulo, de forma que um próximo sempre possa se abastecer com um cafezinho", deseja Marcos. Até agora, bom sinal. De tão gasta, a lousa do local já foi trocada mais de uma vez.



[img2]CULTURA EM BOAS MÃOS

"Livros não são objetos de decoração. Eles devem percorrer seu caminho", declara Felipe Meyer, idealizador do projeto Livro Livre, junto com Pedro Markun. Por isso, não se espante se um dia desses encontrar num banco de praça ou ponto de ônibus um livro que pareça ter sido esquecido por alguém. Na verdade, ele foi deixado ali propositadamente para que você o encontre e o leve para casa, desde que se comprometa a passá-lo adiante após a leitura. Para participar da iniciativa, basta seguir três passos. O primeiro é ler uma boa trama. Encerrado o deleite, é preciso colar dentro do exemplar a etiqueta encontrada no site do projeto. Esse registro contém um código para que a obra possa ser rastreada e para que os leitores possam deixar suas impressões. Por fim, a tarefa é "libertar" a edição, "esquecendo-a", como quem não quer nada, em um local público e bem movimentado, onde possa ser rapidamente encontrada por um novo leitor.



O conceito é inspirado no projeto Bookcrossing, criado em 2001, nos Estados Unidos, e que já conta com mais de 600 mil participantes em cerca de 130 países. No Brasil, onde o hábito da leitura é freado por entraves econômicos e sociais, a iniciativa vem formar novos leitores, além de ampliar a vida útil dos exemplares. Uma corrente literária, mas, acima de tudo, solidária. Afinal, os amantes das letras conhecem o bem que um livro pode fazer por um indivíduo. "Defendemos a ideia de que a internet é uma rede de pessoas com o poder de mobilizar comunidades, causando transformações globais. Em nosso caso, está em jogo a democratização da leitura", enfatiza Felipe.



Desde o início do projeto, em 2008, o Livro Livre já contabilizou a libertação de 4 900 publicações e deve ter atingido em torno de 12 mil pessoas, pois se considera que cada título passe por pelo menos três mãos. "Para nós, é gratificante a surpresa que os contemplados sentem ao ganhar um livro, lembrando que está fazendo parte de uma corrente e que sua única obrigação é passá-lo adiante", comenta o idealizador.



Outra investida paralela é a das Blitz Literárias, ações em que uma equipe de voluntários distribui exemplares à comunidade. Num evento desses, Felipe presenciou uma cena inesquecível. "Entreguei um livro para um rapaz dentro de uma favela em São Paulo. Depois de um tempo, vi que ele estava lendo a história para o filho de poucos meses, que obviamente não estava entendendo nada. A felicidade daquele pai me emocionou."



CONTAMINAÇÃO SILENCIOSA

Se você tivesse de escolher um lugar para meditar, certamente a avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, seria o último endereço a ser cogitado. Não no caso dos Influenzadores. O coletivo criado em 2009 e comandado pelos paulistas Alexandre Paulain, Sarah Elisa Viana e Júlia Jalbut, artistas ligados às artes cênicas e visuais e à música, fez o caminho inverso: optou justamente pelo canteiro central da movimentada via, em plena hora do rush, para realizar uma meditação em massa. Batizada de Iluminação Urbana, a intervenção contou com 100 participantes vestidos com trajes sociais - tal qual o público que trabalha nos arredores. "Entendemos a performance como um ato de guerrilha, mas sem armas. O que nos interessa é sequestrar por instantes o olhar do transeunte e fazer desmoronar o previsível fluxo urbano", justifica Alexandre. Uma vez atraídas pela inusitada cena, as pessoas são incitadas a parar por alguns minutos, segundos até, e lidar com algo diferente do habitual. "A presença humana é imprescindí

vel para provocar a estranheza que nos liberta da rotina já tão desbotada", defende.



A grande sacada do grupo foi chamar a atenção das pessoas, oprimidas pelo barulho do entorno, valendo-se do silêncio. "Ao invés de gritarmos, ficamos quietos, ao invés de lutarmos por uma revolução externa, buscamos uma revolução interna, a tranquilidade em meio ao caos", relata. "Mostramos que qualquer um poder fazer aquilo", acrescenta.



As reações, contudo, foram as mais diversas. Surpresa, incômodo, apoio. "Alguns pensaram que estávamos ali pela paz, outros, contra o estresse. Teve até quem nos considerou um bando de desocupados. O fato é que a imagem de pessoas comuns meditando não no Tibete, mas em plena Paulista, chocou muita gente", avalia o artista. Apesar do estranhamento, houve até quem se empolgasse a ponto de se juntar à trupe, cruzando as pernas em posição de lótus e se entregando à meditação. Já aqueles que participaram da investida puderam vivenciar, no mínimo, minutos desafiadores. "Imagine que a Paulista represente o turbilhão de pensamentos. Estávamos literalmente no meio desse turbilhão", descreve.



O auge da intervenção sensibilizou todos, participantes e pedestres. "Havia um grupo de crianças de rua que ameaçavam nos roubar, nos insultavam. Mas, depois de alguns minutos sem receber nenhuma reação, passaram a meditar conosco", recorda Alexandre, satisfeito. Não é à toa que o nome do coletivo parodia o do vírus Influenza A (H1N1). No sentido inverso ao da contaminação virótica, querem se infiltrar positivamente no cotidiano das pessoas, "contagiando o mundo com ideias de liberdade, alegria e amor".



OUSADIA PELO MUNDO

Vale tudo quando a motivação é semear o debate. Em Nova York, o artista plástico Adrian Kondratowicz criou uma proposta ecológica e artística. Em seu site, ele disponibiliza sacos de lixo coloridos e biodegradáveis. O objetivo é que essas embalagens evidenciem o volume de detritos produzidos nas grandes cidades. Outro movimento norte-americano vem conquistando terreno ao redor do mundo. Chamada de Yarn Bombing, espécie de grafite de lã, a iniciativa se ocupa da tarefa de revestir propriedades públicas com tricô. Na Bélgica, quem roubou a atenção foi a designer Liesbeth Bussche. Ela produziu esculturas gigantes de joias e as espalhou pelas ruas de Tielrode. Uma maneira contundente de valorizar o espaço que diariamente compartilhamos com nossos concidadãos e nos lembrar da importância de fazermos o mesmo.



Viver nas grandes cidades é uma prova de resistência física e emocional. Uma maratona que encaramos diariamente, sentindo no corpo e na alma as marcas do combate: estresse, cansaço, irritação, insensibilidade, intolerância e por aí vai. Porém, como toda ação desencadeia uma reação, alguns inconformados estão, felizmente, tentando neutralizar a hostilidade que corre solta pelas ruas das metrópoles. No mundo todo, pipocam intervenções inspiradas nas artes plásticas e cênicas imbuídas do mesmo espírito: deixar a urbe e as pessoas que nela vivem mais amigáveis, saudáveis e conscientes.



"A cidade não é um espaço estabelecido por vontades políticas impostas de cima para baixo, e sim um espaço em permanente construção, passível de participação e carente de inclusão", afirma Gustavo Godoy, integrante do coletivo Bijari, centro de criação de artes visuais, multimídia e arquitetura, de São Paulo. O grupo, composto por seis membros, não consegue ficar indiferente aos problemas que oprimem a capital paulista, como a desigualdade social, a poluição e o individualismo. Desse incômodo, nascem as propostas da trupe. "Tentamos criar uma reflexão poética, seja em escritos, desenhos, pinturas, vídeos, design ou até mesmo em uma boa conversa com os que passam por perto", esclarece Gustavo. Trocando em miúdos, esses artistas querem despertar o olhar e a mente, automatizados pela rotina, estimulando a população a repensar a realidade, com seus dilemas e possibilidades.



Objetivos semelhantes impulsionam os flash mobs, manifestações previamente combinadas pela internet que chegam a reunir centenas de pessoas em um local público. "As primeiras iniciativas surgiram com a popularização da rede mundial de computadores, tendo como referência os happenings [performances improvisadas], mas com um número maior de participantes", explica Caio Trigoli Komatsu, criador do portal Mobrasilnews.com, que reúne grupos do gênero. "Queremos transmitir a seguinte mensagem: não seja mais um dentro da multidão. Viva!", destaca ele.



Além de levantar bandeiras sociais, comportamentais e ambientais, os flash mobs promovem o encontro de desconhecidos, celebram a união de forças em nome de uma causa comum. Um esforço nobre e necessário em tempos de isolamento e fuga do espaço público, ameaçado pela violência. "O movimento ainda é desconhecido para a grande maioria das pessoas. No entanto, tem conquistado adeptos por mostrar que podemos fazer algo maior e provar que as redes sociais não isolam as pessoas", avalia Caio.



Conheça, a seguir, três ações interessadas em fazer das cidades um lugar mais acolhedor e fraterno:









A GENTILEZA DÁ AS CARAS

Para nós, brasileiros, o cafezinho simboliza muitas coisas. Confraternização, pausa, conforto emocional, boa conversa. Em São Paulo, Beth Guido, dona de um café situado num prédio comercial, na Vila Madalena, resolveu adicionar a essa lista um novo significado: cortesia anônima. Assim surgiu, há três anos, o café do próximo, uma simpática corrente onde quem consome um cafezinho pode deixar outro pago para o cliente seguinte.



Na verdade, Beth acatou a inspirada sugestão do administrador do condomínio, o psicólogo Marcos Fleury, que, por sua vez, conheceu esse sistema na livraria Argumento, no bairro carioca do Leblon. "Os gestos de dar e receber pertencem ao inconsciente coletivo", defende Marcos. Segundo ele, a iniciativa remonta a uma tradição milenar praticada pelos beduínos do deserto. "Peregrinos de toda a parte encontravam em suas paradas mantimentos deixados pelos prévios viajantes. Uma demonstração de respeito e solidariedade para que pudessem continuar sua jornada", descreve ele. O desfecho da história explica por que ela perdura até hoje, em versões contemporâneas. "Aqueles amparados pelo gesto também se reconheceram como próximos e, por isso, seguiram adiante repetindo o mesmo cuidado", acrescenta.

Dulux Walls - Director's Cut



Blog da lady dell

Pesquisar neste blogue

Powered By Blogger

A minha Lista de blogues

AddThis

Bookmark and Share

Atalho do Facebook

she is a lady...

she is a lady...
sonhar!!sempre!!

viver !!e ser feliz!!!