Aprenda a cuidar da sua cabeça
As pressões cotidianas nem sempre podem ser mudadas, mas é possível aprender a identificar as turbulências emocionais e a lidar com elas e, então, recuperar o equilíbrio
Tatiana Bonumá | Fotos Chris Parente
Você conhece esse filme: o prazo estoura, o coração aperta, o orçamento pressiona... Um dia, cai a gota d’água (às vezes, um imprevisto banal) e a protagonista entra em curto-circuito. Se fosse com você, o que faria? Desabaria em rompantes de emoções ou tentaria se controlar? Esse rápido instante entre o acontecimento e a reação ilustra como vai a sua saúde emocional. As explosões, a tentativa de controlar tudo ou a vontade de jogar de vez a toalha são sinais de alerta: é hora de se cuidar. “Nenhuma civilização foi tão solicitada como a nossa. O desafio está no plano emocional e físico, altamente exigidos, que precisam estar em harmonia para enfrentar o desgaste”, avalia Wilson Rondó Jr., médico especializado em terapia molecular e prevenção do envelhecimento e stress.
Ok, mas já que não é possível mudar o mundo num piscar de olhos, que tal alterar a maneira como você se relaciona com ele? Para isso, terá que descobrir onde está deslizando. Nessa investigação, Heloísa Capelas, terapeuta familiar especializada em reeducação emocional e coordenadora do Centro Hoffman de Quadrinidade, dá uma pista: “Normalmente, por trás de uma emoção exacerbada há dor ou incômodos que parecem insuportáveis. Mas aí está o engano. Eles eram insuportáveis na infância, quando você tinha poucos recursos. A vida adulta traz possibilidades de lidar com as situações de sofrimento ou frustração de forma saudável”, explica. Isso significa que você não precisa atacar ou fugir diante de um sinal de “perigo” (que pode ser um estado de desânimo ou um pico de ansiedade). Existem outras vias de solução. “É primordial dosar vida profissional com pessoal, proporcionar-se pequenos prazeres diariamente e praticar atividade física”, recomenda Luiz Vicente Figueira de Mello, psiquiatra pesquisador e supervisor do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria HCUSP. Para ele, essa combinação favorece o equilíbrio bioquímico do cérebro, do qual depende o bem-estar. Para iniciar esse caminho, é necessário um replanejamento e a mulher deve se observar, checando se consegue dar conta do recado sozinha.
Quando um sintoma aparece, seja apatia ou ansiedade, é sinal de que um padrão de comportamento já se instalou há algum tempo”, pontua Teresa Avolio, psicoterapeuta fenomenal-existencialista. Então, se o mal-estar persistir e você se sentir incapaz de aliviá-lo, é hora de procurar o médico ou o terapeuta. Confira a lista de sintomas e uma série de atitudes para amenizá-los. As orientações são dos especialistas citados e da terapeuta e iogue Suely Firmino, autora de RAJA YOGA – QUEBRANDO CORRENTES (EDITORA MADRAS).
